Sinto dizer... Mas informo mesmo assim, que os ventos levam meus pensamentos a um novo horizonte! É novo pelo simples fato de ser visto de forma diferente. Não mais com um olhar inocente, mas agora, devasso! Pareço ser profana? Talvez até seja mesmo. No fundo, no entanto, é apenas um jeito de declarar de forma oficial aos que de mim sentem necessidade de saber, que a cada dia que passa, minha vida se enche de aprendizagens. E como todo aprendiz, erro, sofro, concerto, tento, faço, refaço, crio, recrio, modifico, derrubo, construo, me canso, penso em desistir e me animo a seguir em frente, sinto, choro,mas também sorrio, me acalmo, tenho tranqüilidade, paz.
Essa semana me deparei com uma situação curiosa, mas que me marcou. Uma criança com mais ou menos quatro anos de idade, com uma oralidade e raciocínio que de forma muito feliz me assusta (às vezes (rs)), foi até a minha sala, me chamou para uma conversa, disse que queria falar sobre sua irmã. Com certo espanto e curiosidade –confesso mais curiosidade do que espanto- pedi que ele entrasse e se sentasse em uma cadeira para me contar o que estava acontecendo. Ao relatar as situações vivenciadas por ele em seu cotidiano familiar e social (fora da escola) ele finalizou suas indagações me dizendo: “Roberta, antes eu não te conhecia. Não era teu colega, mas agora tenho muita conversa contigo, então agora somos amigos, não somos?” Respondi sorrindo “Claro que sim!”.
Ele continuou: “Sabe que lá na minha casa, minha mãe disse que agente conversa com quem nos ouve. Mas tem gente que nem gritando escuta. Meu pai quando tava na terra com agente ele gritava ... Eu escutava, mas também queria brincar então eu não ia na hora. Meu pai não chama mais. A mamãe então não mentiu, meu pai chamou eu que não fui. Lá do céu ele deve ta gritando por mim, mas eu não escuto mais. O céu é muito longe mesmo, não é Roberta? Então quando você me chamar eu te escuto, por que a tua sala é bem do lado da dona Rose. Ai eu venho. Mas tu me chama, ta!?”
Parece ser uma fala como outra qualquer, porém, pra mim não foi. Uma criança de apenas quatro anos em tão pouco tempo me deixou alguns segundos sem palavras. Muito pensamos nos anos de vidas que teremos para viver, mas tão pouco ligamos para os segundos que formam esses anos de vida. O tempo passa e você às vezes se pergunta: O que eu fiz durante todo esse tempo? Sei lá! Enfim, APRENDO. Aprendo que conhecer vai muito além do saber que existe, que para que eu chegue até o “saber” demorarei mais um “tiquinho” ou “ticão” de tempo. Provavelmente terei que viver no mínimo mais umas três vidas para saber de fato algo. Conhecer os princípios sem fim é a interligação com o mais puro abstrato, e quem sabe ate empírico. Por que não? Não existe um por que não. O que esta dentro já estar, alguns chamam de personalidade. Eu prefiro dizer que é apenas um reflexo, pois acredito que reflexos podem mudar já personalidades... Acho difícil!
Essa criança (hoje meu amigo (rs)) me fez lembrar de uma musica linda espero que gostem. 8**
Vem de lá
Nenhum lugar
Espaço além, do coração
Vem na luz do sol
O vento traz
Nudez de tal revelação
Quando um grande amor
Tiver o prazer de nos visitar
E se for alguém
Que possui a luz de um anjo bom
Deixa entrar
Seremos dois
Milhões de sóis de eterna manhã
Vem meu anjo bom que tem o dom
E é da cor que eu quero mais
Nas constelações há de ter o bem que você sonhou
E será alguém que possui a luz de um anjo bom
(Anjo Bom - Composição: Lô Borges )
Gleicy Aleixo em: 17/02/2011